O limão é uma importante fruta para o estado de São Paulo. 70% da variedade Taiti colhidos no Brasil saem da região de Catanduva (SP), principalmente do município de Itajobi (SP), que se destaca pelo número de pomares em produção.
O produtor sabe que, na hora de comprar uma muda para o plantio, na verdade tem que optar por duas variedades. Escolhe um porta-enxerto, que é a parte que fica debaixo da terra, responsável pela sustentação da planta, e uma copa, a parte de cima, que é a que conseguimos enxergar. Juntas, elas formam a árvore.
Segundo a pesquisadora Maria Beatriz Bernardes Soares, isso é possível graças ao procedimento chamado de enxertia.
Uma pesquisa da Agência Paulista de Tecnologias do Estado, em parceria com o Instituto Agronômico, fez mais de 100 combinações por anos e chegou a duas variedades de porta-enxertos: a Itajobi e a Pindorama. Os nomes são em homenagem a duas cidades da região noroeste. Elas, combinadas a uma copa já existente, resultaram em árvores melhores. É uma nova variedade de limão Taiti.
A cada combinação, é possível obter um fruto diferente. Mas as pesquisas feitas pela agência não querem só selecionar novos frutos, frutos melhores, querem melhorar também a vida de quem trabalha no campo.
É o que explica Maria Beatriz, já que as novas variedades são mais resistentes ao calor, pragas e rendem mais. Em uma das variedades, a árvore ficou menor, mas com bons frutos. Com isso, o produtor vai conseguir ter mais pés em um mesmo espaço e, consequentemente, uma produção maior.
O coordenador da pesquisa, Fernando Alves de Azevedo, comenta que espera que os produtores que adotem essas novas tecnologias percebam a melhora na produção.
No Distrito de Roberto, que pertence ao município de Pindorama (SP), as mudas da nova variedade já começaram a ser plantadas. Serão 200 no total. Estão bem novinhas ainda, com dois meses. Perto de dois anos, elas vão começar a produzir, mas, para começar a comercializar, só depois de quatro anos. E é uma aposta, em uma propriedade que já trabalha com limão há mais de 30 anos.
A dissertação do mestrado da engenheira e responsável pela produção, Bruna Aparecida Bettini Tambur, foi justamente sobre essas novas variações. Por isso, ela decidiu levar a novidade para a propriedade dos pais. Ela diz que está com uma boa expectativa e já traçou metas para a nova produção.
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/nosso-campo/noticia/2021/05/02/plantacoes-da-regiao-ganham-dois-novos-porta-enxertos.ghtml